A história da maquiagem | Parte 3

A história da maquiagem | Parte 3

Você realmente achou que eu não iria voltar para contar o restante da história da maquiagem? Olha eu aqui! E se você perdeu as duas primeiras partes, não esquenta, clica nos links para se inteirar.

 
Paramos no tóxico e prejudicial século 16, com o ceruse como base. Avançaremos para a Era Vitoriana, que data de 1837 à 1901.
 
No século 18 a mulherada continuava a evitar o sol, pois conforme falamos, pele bronzeada significava baixo poder aquisitivo, indicava que você era um trabalhador. A única marca que você poderia ter em seu rosto era decorativa. Não entendeu? Então olha a imagem abaixo!
 
A história da maquiagem | Parte 3
 
Você podia decorar seu rosto com ‘pintas’ em formato de estrelas, corações e o que mais você quisesse. Isso poderia ser feito com couro, pedaços de tafetá e até um tipo de papel engomado. Isso era útil para cobrir algumas manchas que tivesse no rosto e até para reafirmar sua posição política!
 
Só para você ter uma ideia, na corte de Luís XV, ‘patch’ de pinta usado no canto do olho indicava paixão, no centro do rosto era gay, no nariz era atrevido, um patch usado em uma covinha indicava que você era brincalhão – e uma assassina usava os ‘patches’ em seu peito! Muitas vezes as pessoas usavam até quinze ou dezesseis ‘patches’ de uma só vez.
Os cosméticos estavam muito populares e inclusive algumas descobertas foram feitas neste campo. Por exemplo, o óxido de zinco foi amplamente usado como um pó facial, substituindo as misturas mortais anteriormente utilizados de chumbo e de cobre. 
 
A história da maquiagem | Parte 3
Uma propaganda de ‘Dr. Campbell’s Safe Arsenic Complexion Wafers’ – isso mesmo, um produto ‘moderno e seguro’ a base de arsênico, em 1898.

Nesta época, a Rainha Victoria declarou publicamente que aquele tipo de maquiagem carregado, super branco, era inadequado. Começou a ser visto como vulgar e aceitável apenas para uso de atores.

A história da maquiagem | Parte 3
Visual natural, no melhor estilo ‘acordei assim’, considerado exemplo de virtude e decência

Havia dois estilos de maquiagem dominantes nos anos 1800: “naturais” e “pintado”, aquele jeito bem exagerado, como conhecemos nos filmes que retratam Maria Antonieta, por exemplo.

A história da maquiagem | Parte 3
Diversos tipos de maquiagem ‘aceitáveis’ entre as mulheres da Era Vitoriana.

 

A história da maquiagem | Parte 3
Exemplo de maquiagem da Era Vitoriana

Embora o post esteja voltado para a história da maquiagem, não posso deixar de mencionar que foi no século 17 que as escovas de dente, da forma que conhecemos hoje, começaram a ser utilizadas. Elas são provenientes da China, que já fazia uso das escovas desde 1498!

A história da maquiagem | Parte 3
Uma escova feita com pelos de cavalo – você usaria?

As sobrancelhas tinham seu lugar na história da maquiagem, e na Era Vitoriana não foi diferente. No início de 1840 as mulheres escureciam os cílios e sobrancelhas com métodos DIY, feitos em casa. Usava-se cinzas, e métodos, digamos assim, mais criativos, como ‘perucas’ feitas de pele de rato, coladas no rosto! Isso mesmo… você não leu errado!

A história da maquiagem | Parte 3
Um exemplo da ‘peruca’ feita com pele de rato, usada nas sobrancelhas. Créditos: TwoNerdyHistoryGirls

Ditadora de tendências, a Rainha Vitória tinha seu perfumista pessoal, Eugène Rimmel. Você pode achar o sobrenome dele familiar, e não é coincidência não! Ele nada mais, nada menos, foi o inventor do nosso queridinho rímel, também conhecido como máscara de cílios.

Eugène era tão sofisticado que seus perfumes eram oferecidos ao mercado em garrafas de cristal Baccarat. Em Londres, em 1851, ele projetou uma fonte de perfumes, dá pra imaginar?

A história da maquiagem | Parte 3
A famosa fonte de perfume, uma loucura para época. Créditos: Memento

Quer saber do que o rímel era feito?

A base era uma mistura de pó de carvão e vaselina. A formula não-tóxica para os olhos fez com que o produto se tornasse popular. O novo rímel foi uma revolução em cosméticos, e foi imediatamente adotado por muitas mulheres na Europa. 

A empresa expandiu-se para outros países e tornou-se um negócio bem sucedido. Eugène Rimmel morreu em 1887, tendo apenas 67 anos de idade, e deixando uma poderosa indústria instalada no mercado de cosméticos. Em 1949 a marca Rimmel foi comprada por um grupo de Londres, e em 1996 por Coty Inc.

Nos Estados Unidos uma marca icônica estava nascendo. David McConnell fundava The California Perfume Company (CPC), localizada em Nova Iorque.

A história da maquiagem | Parte 3
Exemplo dos primeiros produtos fabricados pela CPC

Com o tempo, a empresa continuou a crescer e experimentou grande sucesso, vendendo cinco milhões de unidades de perfumes na América do Norte durante a I Guerra Mundial sozinho. Em 1928, CPC vende seus primeiros produtos – escova de dentes, limpador em pó, e um conjunto de vaidade – sob o nome pelo qual é vulgarmente conhecido hoje: Avon. A linha de Avon de cosméticos foi introduzida no ano seguinte, em 1929. Veja como era o ‘catálogo’ da época, clicando aqui.

Em 1899 um artigo dizia que era possível que mulher tivessem cílios implantados com agulhas e desde 1897 haviam tentativas de depilação utilizando aparelhos quase que de tortura!

A história da maquiagem | Parte 3

Um oftalmologista chamado Charles Michel criou uma forma de remover ‘cílios encravados’ que podiam causar a cegueira. Seu método foi usado para dar início a depilações definitivas.

O ‘rouge’ continuava a ser usado para colorir os lábios e as bochechas, e o método para criar o produto também era na base do DIY, usando ingredientes caseiros.

Em 1860, uma fábrica nos Estados Unidos, Samson American (não encontrei nada sobre a empresa na internet. Fonte) desenvolveu uma fórmula usando uma erva chamada Alkanet, juntamente com Terebentina, hoje conhecida como aguarrás (um fluido obtido pela destilação de resina de árvores vivas, principalmente pinheiros. É usado principalmente como solvente e como fonte de materiais para síntese orgânica.) e também adicionava-se óleo de rosas.

A história da maquiagem | Parte 3
Salve no Pinterest!

Em 1867, Harriet Fish patenteou o rouge com outra fórmula obtida com raiz de carmim, beterraba, morangos e malva rosa.

Avançando para 1878, Mary E. Cobb após estudar na França e se casar com podólogo J. Parker Pray, abriu o primeiro salão de manicure em Manhattan.

A história da maquiagem | Parte 3
Lixas de unha e outros produtos específicos criados para a ‘manicure’
 
 
Estamos chegando no século 20 e mais e mais nos aproximamos dos produtos de maquiagem da forma como conhecemos hoje. Fique ligadinho para a última parte da história da maquiagem.
 
 

 

More about Paloma Lanzoni

Uma apaixonada por todo tipo de arte que inspira as pessoas a se sentirem melhores... Aspirante a blogueira em um mundo cor-de-rosa desde 2015, mas já fez algumas experiências desde 2000. Sonha em ir à Paris e é apaixonada por cruzeiros marítimos. Cantora de chuveiro assumida! O seu maior desejo é que aquilo que escreva inspire outros a conhecer novos rumos e direções, fazendo deste mundo um lugar mais do que 'cor-de-rosa' para se viver... Um mundo Pink!!!