Sandy e Junior já lançaram celular, produtos de beleza, brinquedos, tiveram programas de tv e até filmes!
Parece muito óbvio para a minha geração (30+) o quanto eles foram famosos e como a separação da dupla deixou saudades… mas a geração atual (k-pop e Anitta) nem faz ideia do quanto eles foram importantes para a nossa formação.
Eu sempre fui fã assumida, fui a shows, e cresci junto com eles. No post de hoje vou contar o que lembro de ter vivido junto com Sandy e Junior, o que marcou e também alguns detalhes sobre seu retorno (mesmo que apenas para uma turnê comemorativa).
Filhos do cantor sertanejo Xororó, os dois apareceram em um programa de tv apenas de brincadeira, apenas para o público conhecer as gracinhas que eram. Fizeram o maior sucesso cantando um sucesso de seus avós, também cantores sertanejos beeem raíz.
A aparição surpresa da dupla foi tão bem sucedida, que chegou o momento de gravar um disco (Aniversário do Tatu, 1991) e realizar o sonho da Sandy, que sempre quis cantar e fazer sucesso. Eu lembro que em uma entrevista, Sandy disse que vivia pedindo para o pai colocá-la nos grupos infantis de sucesso da época, que vez por outra trocavam seus membros.
O disco foi um sucesso incrível – mais de 100 mil cópias vendidas e por isso o primeiro disco de ouro de Sandy e Junior.
Na nossa era de YouTube esse número parece absurdo de baixo… mas lembre-se que não existia pirataria, streaming de música e você realmente tinha que ir a uma loja comprar o disco, que não era nada barato.
Sandy e Junior não pararam mais de gravar discos, bater recordes e ganhar muito dinheiro. Claro, era tudo muito infantil mas a gente curtia demais aquelas musiquinhas falando de bichinhos e brincadeiras bobinhas.
O que eu sempre achei um máximo foram as versões gravadas em português. Talvez você também não entenda isso muito bem hoje, afinal as versões hoje são extintas… mas vou explicar: as músicas que a gente gostava eram em inglês e ninguém sabia a letra muito bem (ohh era sem internet)… aí só mesmo Sandy e Junior para salvar a gente! Sucessos em inglês ganhavam letras em português, o que fazia a gente se apaixonar ainda mais por eles.
A dupla foi crescendo e algumas músicas marcavam bem esta transformação. Sandy gravou as icônicas ‘Inesquecível‘ e ‘Não ter‘ (adivinha – versões de músicas italianas!!!) fizeram a gente cantar chorando, pensando naquele ‘crush’ que só iríamos olhar de longe…
Sandy e Junior não saíam das rádios (o único meio que tínhamos de conhecer novas músicas, que aliás, você podia ligar e pedir para tocar). As pessoas estavam divididas entre aquela imagem antiga de música infantil e uma transformação que estava ocorrendo… Sandy e Junior estavam crescendo, e foi aí que ocorreu o divisor de águas da dupla – O cd ‘As quatro estações’!
O álbum ‘As quatro estações‘ já começava com (adivinha!) uma versão fofa de ‘Immortality‘ de Céline Dion. A música ‘Imortal‘ entendíamos a transformação que deixava a maioria confusos. Com agora 16 anos, Sandy cantava ‘eu cresci e agora sou mulher…’. Eu que tinha 11 anos e já me identificava com o verso, cantava beeem alto. Na escola a gente competia pra ver quem ia sustentar o último ‘imortaaaaaaal’ da música, que durava cerca de 10 segundos.
A Sandy se revelou compositora neste álbum, com duas músicas que foram puro sucesso: ‘Olha o que o Amor me faz‘ (que foi até trilha de novela) e ‘As quatro estações‘. Lindas e bem adequadas aos ‘crushs’ não correspondidos que a gente tinha.
Se Sandy deixava claro que cresceu (com primeiro beijo, primeiro namorado, festas de aniversário e ensaios fotográficos icônicos), mas neste álbum Júnior também deixou a sua marca em ‘Aprender a Amar‘, onde Sandy apenas fazia uma segunda voz e nada mais, o resto era com ele!
Junior também gravou um hino deste álbum, ‘Vamo Pulá!’, que fazia todo mundo pular como pipoca nos shows.
Não restavam mais dúvidas: Sandy e Junior cresceram e eram um sucesso sem fim! Espertos como sempre foram, entenderam que estavam no auge e curtiram muito (e a gente também!). O álbum ‘As quatro estações‘ foi super-hiper-mega-blaster explorado, contando com uma versão ao vivo e uma versão remix, que inclusive era multimídia (graças a inovação tecnológica dos metalizados anos 2000, o cd era de música e quando você colocava no computador tinha clipes!!!!).
Sandy e Junior começaram a ser mais ‘músicos’, escrevendo suas músicas, produzindo e amadurecendo. Você, que já não era criança na época, começou a perceber que eles estavam mudando de novo, agora com menos coreografias e deixando cada vez mais longe a imagem de pop adolescente.
Eles tentaram uma carreira internacional com mais versões e músicas autorais, clipes super ‘dentro dos moldes’ da época e tiveram até show no Maracanã, com 70 mil pessoas. O mais incrível é que tudo isso ocorreu em um mundo sem redes sociais e divulgação da internet, que aliás, era só mato em 2002.
Alguns álbuns depois, Sandy e Junior anunciaram em 2007 sua separação, que eles juravam em entrevistas que nunca ocorreria! Eu lembro que a pergunta era constante desde que eles começaram, o que gerava até irritação por parte da dupla.
Sandy seguiu uma carreira solo e Junior mergulhou fundo no mundo da música e de outras artes, como a fotografia. Eles formaram suas próprias famílias e agora, além de filhos, são pais, reflexo da trajetória de seus fãs.
Nosso sonho nostálgico sempre foi que a dupla retornasse, talvez com aquela esperança de voltarmos no tempo e nos víssemos com 11, 12 anos novamente. Felizmente o sonho está sendo realizado em partes… este mês tivemos a grata surpresa de que Sandy e Junior estão de volta, ainda que por pouco tempo, para uma turnê comemorativa de 30 anos de sucesso!
A turnê nostálgica é a ‘Nossa História‘, e tem início em julho de 2019 e, segundo Sandy e Junior, deve relembrar a “era mais pop” de sua carreira, com coreografias, grandes estruturas de palco e shows em estádios. Junior afirmou na coletiva de imprensa (que vi ao vivo pelo YouTube), que será como se entrássemos em uma máquina do tempo e depois voltássemos – deixando claro que eles voltam apenas para a turnê.
Ontem houve a pré venda dos ingressos que já teve a sua cota esgotada. Amanhã (22/03), a partir das 0:01h as vendas serão abertas para todo mundo e prepare-se para quebrar o cofrinho, pois os preços não são nada nostálgicos (de R$190 à R$460 em SP)… mas talvez valha a pena pra gente saciar a saudade da dupla e de tudo o que eles representaram nas nossas vidas. Exagero? Creio que não. Basta colocar um cd ou dar o play naquela seleção boa do Deezer, e você vai ver como a viagem no tempo é real, mesmo que por apenas alguns minutos.
Beijinhos… Au revoir!